sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Rótulo infantil

Imagem daqui


O rótulo infantil é o que há de pior para bloquear a inteligência de cada criança. Seja positivo ou negativo.
Todos sabem que quando depreciamos as atitudes e a forma de ser de cada um, é um incentivo para desestimulação.
Coisas do tipo, "você é burro", "você não aprende", entre outras.
Mas o que muita gente não sabe, é que elogio demais também prejudica.
Isso mesmo, quando você elogia demais uma criança, ela tende a ficar limitada naquilo em que é bom e fica com "medo" de encarar novos desafios. 
Ora, se eu já sou excelente no que faço, por que irei fazer outra coisa?
Aí está o problema.
Se a criança concluiu um trabalho e foi muito bem, merece elogio sim, e deve-se incentivar os novos desafios, os novos trabalhos, assim ela desenvolverá tudo o que é capaz.

A criança adora ouvir apenas elogios, pois é bom para seu ego, mas não para o desenvolvimento de sua inteligência.
Costumo dizer que todas as crianças são inteligentes e são capazes de realizarem qualquer coisa, mas cada uma no seu tempo, sem comparações.

Um texto que li há muito tempo e vi novamente na página de um amigo:

Gabriel é um menino esperto.
Cresceu ouvindo isso.

Andou, leu e escreveu cedo.

Vai bem nos esportes.

É popular na escola e as provas confirmam, numericamente e por escrito, sua capacidade.

“Esse menino é inteligente demais”, repetem orgulhosos os pais, parentes e professores. “Tudo é fácil pra esse malandrinho”.

Porém, ao contrário do que poderíamos esperar, essa consciência da própria inteligência não tem ajudado muito o Gabriel nas lições de casa.

– “Ah, eu não sou bom para soletrar, vou fazer o próximo exercício”.

Rapidamente Gabriel está aprendendo a dividir o mundo em coisas em que ele é bom, e coisas em que ele não é bom.

A estratégia (esperta, obviamente) é a base do comportamento humano: buscar prazer e evitar a dor. 
No caso, evitar e desmerecer as tarefas em que não é um sucesso e colocar toda a energia naquelas que já domina com facilidade.

Mas, como infelizmente a lição de casa precisa ser feita por inteiro, inclusive a soletração, de repente a auto-estima do pequeno Gabriel faz um… crack.

Acreditar cegamente na sua inteligência à prova de balas, provocou um efeito colateral inesperado: uma desconfiança de suas reais habilidades.

Inconscientemente ele se assusta com a possibilidade de ser uma fraude, e para protegê-lo dessa conclusão precipitada, 
seu cérebro cria uma medida evasiva de emergência: coloca o rótulo dourado no colo, subestima a importância do esforço e superestima a necessidade de ajuda dos pais.

A imagem do “Gabriel que faz tudo com facilidade” , a do “Gabriel inteligente” (misturada com carinho), precisa ser protegida de qualquer maneira.

Gabriel não está sozinho. São muitos os prodígios, vítimas de suas próprias habilidades de infância e dos bem intencionados e sinceros elogios dos adultos.

Nos últimos 10 anos foram publicados diversos estudos sobre os efeitos de elogios em crianças.

Um teste, realizado nos Estados Unidos com mais de 400 crianças da quinta série 
(Carol S. Dweck / Ph.D. Social and Developmental Psychology / Mindset: The New Psychology of Success), 
desafiava meninos e meninas a fazer um quebra-cabeças, relativamente fácil.

Quando acabavam, alguns eram elogiados pela sua inteligência (“você foi bem esperto, hein!) 
e outros, pelo seu esforço (“puxa, você se empenhou pra valer hein!”).

Em uma segunda rodada, mais difícil, os alunos podiam escolher entre um novo desafio semelhante ou diferente.

A maioria dos que foram elogiados como “inteligentes” escolheu o desafio semelhante.

A maioria dos que foram elogiados como “esforçados” escolheu o desafio diferente.

Influenciados por apenas UMA frase.

Se você tem um filho, um sobrinho, ou um amigo pequeno, não diga que ele é inteligente. 
Diga que ele é esforçado, aventureiro, descobridor, fuçador, persistente.

Celebre o sucesso, mas não esqueça de comemorar também o fracasso seguido de nova tentativa.

Fonte: http://www.updateordie.com/2012/04/17/o-que-acontece-quando-voce-fica-elogiando-a-inteligencia-de-uma-crianca/

7 comentários:

  1. Importante e verdadeiro isso! Todo cuidado é pouco ao elogiar ou reprimir!! bjs, chica e lindo fds!

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  2. Oi Ana
    Acho que bom senso, meio termo são palavras para se adotar neste assunto que você tão sabiamente abordou.
    Um beijo.

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  3. Pois é Ana está provado, que não é nada fácil lhe dar com crianças que fogem do ritual do normal, que possam levar às interpretações errôneas e ou exageradas de suas capacidades em formação. Por isso muitas vezes casos com TDH são ignorados e só mais tarde os pais caem na real.Acho que todos nós já presenciamos casos assim.
    Uma bela abordagem esta que pode ser bem explorada para uma melhor orientação de pais e educadores.
    Um abração amiga e bom fim de semana com paz e luz.
    Bjs

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  4. Uma atitude muito delicada para se orientar principalmente os.pais. Alguns irão aceitar outros não. Um professor que tem consciência sobre o assunto , pode ajudar bastante.
    Beijos
    Maria Luiza (Lulú)

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  5. Acho que temos que ter o meio termo em tudo e a criança por si só tem a curiosidade, que se for bem estimulada dará impulso para seu desenvolvimento.
    bjs

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  6. Devemos estar atentos para impulsionar as crianças e incentivar a curiosidade, o espírito de busca. Muita paz!

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  7. Oi, Ana Karla!
    Não é fácil educar! Gosto muito desse texto do Wagner Brenner baseado nas teorias de Carol S. Dweck
    Os rótulos nunca fizeram bem para ninguém, adultos ou crianças. Mas as crianças por estarem em formação são as mais afetadas.
    Seguindo essa mesma linha de raciocínio mas focando outra perspectiva, fiz um texto para o "Luz" entitulado "Criança mimada tem poucas chances de vencer na vida". Na época fui bastante criticada, mas por outro lado, o texto é bastante citado em páginas educacionais, o que prova que existem pais preocupados e que precisam de ajuda. Amar uma criança não basta. É preciso usar esse amor de forma positiva.
    Beijus,

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